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Fonte da juventude

Polêmica, a procaína é aplicada com a promessa de combater o envelhecimento, mas será que ela realmente funciona? Por Carolina Tavares - retirado do site: Guia da Semana Fotos: Photocase.de Imagine ficar eternamente jovem, com apenas algumas injeções semanais. O ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman faz o tratamento e alega benefícios como metabolismo acelerado e fim dos radicais livres. "Realizo o procedimento há cinco ou seis anos e conheci pela televisão. Personalidades como Pelé utilizavam. O único efeito colateral que sofri foi obter mais disposição", diz. Na verdade, um médico especializado injeta no corpo dele, semanalmente, a procaína, uma substância descoberta em 1905, pelo doutor Alfred Einhorn, e composta de dois produtos naturalmente encontrados no corpo humano, o PABA (membro do complexo de vitaminas B) e o DMAE (conhecido por estimular neurotransmissores cerebrais). De qualquer forma, não há estudos atuais que comprovem a eficácia da substância para o rejuvenescimento. Além disso, o uso para esse fim não é autorizado pelo Food and Drug Administration - FDA e pela Agência de Vigilância Sanitária - ANVISA.
A procaína é classificada apenas como um anestésico. A idéia de que poderia evitar o envelhecimento veio de estudos realizados pela médica romena Ana Aslan, em 1956. Segundo ela, a substância ajudaria a melhorar dores articulares e no corpo, sintomas de artrite e artrose e depressão, sinais característicos da velhice. Acredita-se que famosos como Charles Chaplin, Salvador Dali, Marlene Dietrich e Pablo Picasso teriam experimentado o produto. "É importante lembrar que nenhum outro estudo comprovou essas propriedades da procaína, razão pela qual seu uso médico não prosperou de maneira ampla até os dias de hoje. Poucas pesquisas comprovaram que ela pode melhorar a depressão em idosos", completa o professor de cosmetologia Maurício Pupo.
No Brasil, o uso é permitido apenas com objetivo anestésico. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG é contra a utilização para outros fins, mas algumas clínicas fazem a aplicação com liminar na justiça. "Na época em que a droga foi descoberta, a Romênia era um país comunista e o governo acabou patrocinando a idéia de Ana Aslan, mas a procaína não combate o envelhecimento. Ela é um derivado da cocaína e tem efeito fulgaz: a pessoa se sente bem 30 minutos após a aplicação, mas depois os efeitos desaparecem", explica o Presidente Mundial Eleito (2001) da International Association of Gerontology e Diretor Científico da Frente Parlamentar de Defesa do Idoso - Assembléia Legislativa de São Paulo 2007, Norton Sayeg. Ele acrescenta que os riscos do excesso da substância englobam crises convulsivas e alergia com parada cardíaca (crise anafilática). Além disso, um vidro com o produto custa cerca de R$10,00 a R$15,00, enquanto a aplicação do tratamento inicial, de seis meses, tem o valor de R$3.600,00. "Todo ser vivo tem seu tempo de vida e a qualidade da mesma depende da forma que ele vive. O uso da procaína se restringe aos médicos que, ilegalmente, gostam de ganhar dinheiro. Se é bom, deveria ser para todos. A vitamina E foi usada como antioxidante até ser constatado que pacientes que a tomavam tinham maior chance de acidente vascular cerebral hemorrágico. Esses coquetéis não são acompanhados cientificamente, com estatísticas", finaliza o vice-presidente da Academia Iberoamericana de Geriatria y Gerontologia e membro do International Network for Prevent in Elderly Abuse - INPEA, Vicente Spinola Dias Neto.
Falsas promessas: Segundo Sayeg, em 2002, cerca de 18% dos norte-americanos usavam algum tipo de suplemento alimentar ou produto à base de erva, em busca do rejuvenescimento. Conheça as principais supostas fontes contra o envelhecimento e os riscos em consumi-las de forma errada: • Procaína - Gerovital - GH3: com ação anestésica local, pode causar convulsões, anafilaxia e parada cardíaca se usada para fins diferentes.
• DHEA - Dehidro-Epi-Androsterona (HormônioProduzido pelas Supra-Renais): produtor de testosterona e estrógeno, pode ocasionar o aumento da próstata, agravamento de câncer de próstata e mama e formação de placas nas artérias.
• Pró-endorfina - coquetel de vitaminas do complexo B, taurina, neuro-aminoácidos e Ginseng: estimulante do sistema nervoso central, pode causar ansiedade, agitação, insônia, taquicardia, piora de arritmias e rash cutâneo (mancha) na face.
• Q-10 Coenzima Q10 - CoQ10, Q10, Vitamina Q10, Ubiquinona - produzida pelo organismo: necessária para o funcionamento normal das proteínas e com ação antioxidante, pode ocasionar insônia, distúrbios gastrintestinais, tonturas, irritabilidade e fadiga.
• Creatina/ glutmina - aminoácidos: substâncias necessárias para formação de proteínas, podem causar desidratação, náuseas, dores abdominais, flatulência e câimbras.
• Linhaça - planta rica em ácido linoleico/ ácido graxo não essencial: responsável pelo aumento do consumo de energia, pode causar câncer de próstata, degeneração macular e flatulência.
• 5-HTP/ 5-Hidróxido Triptofano - composto derivado do aminoácido triptofano: precursor do neurotransmissor serotonina, pode causar agitação, insônia, euforia e distúrbios gástricos.
• Luteína - micronutriente carotenóide de origem vegetal: antioxidante predominante nos olhos, retina e mácula, possui poucos estudos para avaliar seus riscos ou efeitos.
*Fonte: site de Norton Sayeg - http://www.envelhecercomsaude.com.br/
Como funciona? Segundo o estudo de Ana Aslan, a procaína pode ser utilizada por pessoas com mais de 20 anos e aplicada em comprimidos ou injeções. O efeito do consumo injetável aconteceria mais rápido, embora os comprimidos fizessem durar mais tempo. São três injeções por semana, durante um mês, descansando dez dias e repetindo o ciclo. De acordo com a médica romena, não há riscos na aplicação, já que a procaína é fabricada com substâncias naturais. As contra-indicações ficam para quem toma algum antibiótico, pois o produto pode anular o efeito do mesmo. Pupo conta que, em doses exageradas, ela causa tremores, convulsões e reações na pele. Os benefícios ainda são controversos, mas pessoas que utilizam o tratamento relatam bem-estar, melhora da depressão e dores e aumento da disposição. Outras acrescentam à lista uma aparência mais jovem e pele rejuvenescida.
Como atua, segundo Ana Aslan: A procaína diminui a concentração de uma substância cerebral chamada MAO. Essa substância está presente em maior volume no cérebro de pessoas idosas, degradando importantes neurotransmissores que auxiliam o funcionamento cerebral.

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