O que fazer com os remédios que você tem em casa sobrando?
É papel do profissional da saúde zelar pelo bem de toda a comunidade ao prescrever uma medicação ou quando possível incentivar a doação e a devolução de remédios em postos de saúde e hospitais para sua reutilização. Lembrando, é claro, da perfeita conservação e armazenamento do mesmo. E quando um remédio está fora da validade? Não deve ser jogado no lixo, e sim descartado para a incineração ou devolvidos aos laboratórios para a correta destinação. Mas será que é possível tomar essas atitudes na prática?
As farmácias entregam seus medicamentos vencidos para a incineração pública ou privada. Mas vai tentar o consumidor comum fazer o mesmo..? Eu mesma já tentei. Inclusive entrando em contato com os fabricantes do medicamento. E digo que foi impossível conseguir a devolução dos remédios fora da validade para os laboratórios de origem os destiná-los à incineração. É uma questão de saúde pública seguir a cartilha ecologicamente correta, mas quando essas atitudes estão fora do alcance para a maioria da população, as consequencias serão de todos nós. Os remédios colocados no lixo comum vão parar nos grandes lixões onde pessoas humildes e crianças inocentes acabam entrando em contato com eles e se intoxicando. Isso quando os remédios não acabam poluindo solo e lençol frético. Lamentável...
Visando reverter uma pequena parcela deste quadro, o HC-SP iniciou uma campanha há 1 mês aproximadamente para a devolução de remédios que sobram nas mãos dos pacientes. Uma crítica minha à essa campanha é o fato deles só aceitarem remédios que tiveram como origem a própria farmácia do HC. Por que não os outros de aquisição particular? Talvez pela questão de garantia de origem e correta conservação. Ora, se todos os medicamentos irão passar por triagem, por que não incluir os de aquisição externa, que aumentariam enormemente o volume de doações, obviamente diminuindo custos para o hospital, salvando verbas de saúde pública para novas destinações e acabando com toda aquela cadeia que ocorre quando o medicamento vai parar no lixo comum. Falta também ao executivo que providenciem meios efetivos para a devolução dos remédios vencidos, além de engrossar os postos de recepção e triagem de medicamentos usados dentro da validade e em perfeito estado de conservação. É triste ver o legislativo aprovar leis e não prover meios para a sua viabilização. O país tem tantos recursos e infelizmente nos vemos de mãos atadas ao vê-los tão mal divididos. Abaixo, texto da Agência Estado sobre a campanha do Hospital das Clínicas de São Paulo:
Campanha do HC-SP incentiva devolução de remédios que sobram
08/04/2009 - 10:35 - Agência Estado - disponível no link: http://tinyurl.com/c8s75d
O Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo realiza campanha para incentivar seus pacientes a devolver medicamentos que, por algum motivo, deixaram de ser consumidos durante o tratamento. Além de combater a automedicação, a iniciativa visa a evitar danos ambientais causados pelo descarte inadequado e otimizar recursos com o reaproveitamento da droga. Nos quatro primeiros meses de ação, a economia foi de R$ 120 mil. Os recursos serão revertidos em melhorias no hospital. “Com R$ 30 mil poupados em um mês é possível comprar um respirador para a UTI”, diz o diretor do Instituto Central, Carlos Suslik. Mas ele ressalta que o objetivo principal não é econômico e sim garantir a segurança dos pacientes. “Se esse medicamento vai para a farmacinha caseira, pode ser ingerido por uma criança ou consumido pelo paciente em outra ocasião, sem orientação.” Os remédios devolvidos são avaliados pela equipe farmacêutica do HC, que, após verificar sua integridade, os encaminha a outros pacientes. Os medicamentos rejeitados acabam incinerados.Embora a campanha seja voltada às pessoas em tratamento no HC, toda a população deve estar atenta ao descarte correto de remédios vencidos. “Não existe regulamentação. Recomendamos que, antes de jogar fora, o medicamento seja retirado da embalagem e amassado ou diluído, de forma que seu consumo fique impossibilitado. Orientamos ainda para que não joguem na rede de esgoto. Em um aterro sanitário, o dano ambiental é menor”, explica Emiko Fukuda, do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Marcelo Polacow, o único meio seguro de evitar a contaminação ambiental é a incineração. “Procuramos sensibilizar as drogarias para que recebam o produto de seus clientes e providenciem o descarte correto, mas isso representa custo.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
1 comentários:
não tem nem site nem telefone para saber como doar!
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